Nunca a conjugação deste verbo fez tanto sentido. Há uma dimensão espiritual quando dizemos, sentimos ou pensamos acreditar. É como se, por um lado, uma parte do que desejamos estivesse fora do nosso controlo e estivesse dependente de algo ou de alguém.
Nesta situação penosa para todos em que nos encontramos, quando dizemos temos que acreditar ou vamos acreditar, há uma fé e uma esperança que estão associadas ao acreditar. Quando se trata de uma incógnita, mais difícil é o ensaio de darmos conteúdo ao verbo.
A pergunta que fazemos é: vamos acreditar em quê? E é neste ponto que entra a tal dimensão que está para além do conhecimento, do nosso conhecimento das coisas terrestres. É neste ponto em que nos encontramos: num limbo entre a realidade e a fé já que a ciência não nos dá respostas a uma evidência que lhes é desconhecida é estranha.
Vamos, portanto, acreditar. Nada mais está ao nosso alcance.
Judite Sousa