Uma das formas de avaliarmos o estado de uma democracia é pelo exercício da sua liberdade de imprensa.
A crise financeira de 2011 teve um impacto de consequências devastadoras para o setor dos media. Menos dinheiro implicou menos publicidade e menos receitas significaram o emagrecimento das redações, a redução dos salários e a não renovação dos quadros.

Os efeitos fazem-se sentir com a progressiva extinção ou drástica diminuição das vendas em banca acompanhada pela expansão dos formatos digitais. No entanto, mesmo no digital, é necessário dinheiro o que faz depender os media dos principais grupos económicos e estes do aval do Estado para a concretização de muitas das suas operações.

A principal pergunta é: temos uma imprensa mais ou menos livre?

Menos. Verificamos uma maior concentração dos media a que se junta uma multiplicidade de plataformas digitais e uma radical alteração dos hábitos de consumo da informação, principalmente nas gerações mais jovens.

Judite Sousa