O excesso de peso e a obesidade estão na génese de muitos sintomas isolados que criam desconforto no dia-a-dia. Por si só, e sem patologia subjacente, a obesidade pode levar ao cansaço fácil, à dificuldade em dormir, ao ressonar, à sudorese excessiva e a dores osteoarticulares/musculares. Por outro lado, predispõe à hipertensão arterial, ao aumento dos níveis de colesterol, a um risco mais elevado de angina de peito, enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e à Diabetes Mellitus. No caso das mulheres obesas, as dores de cabeça (cefaleias), a incontinência urinária e o crescimento dos pelos são um flagelo.

Na minha avaliação, uma das soluções que apresento para correção da forma física são as cirurgias de obesidade. São seguras e rápidas de executar quando realizadas por cirurgiões experientes. Existem diferentes abordagens tendo em conta cada situação clínica. As cicatrizes são praticamente imperceptíveis, havendo a possibilidade da intervenção ser única e exclusivamente feita através do umbigo! O pós-operatório é de recuperação rápida.

As bandas e os balões gástricos estão assim a cair em desuso. O futuro passa por uma remodelação do tubo digestivo, seja ele pela sua redução (sleeve), ou pela alteração da sua arquitetura (bypass), uma vez que interfere não só com a quantidade de comida ingerida, mas, também, com a sua absorção.  Tudo isto gera uma cascata de alterações hormonais que levam a uma optimização metabólica. E aqui está o segredo: o metabolismo!  Por este motivo os resultados são mais duradouros com estas cirurgias inovadoras.

Depois da intervenção, os doentes perdem entre 60 a 80% do excesso de peso em pouco tempo, revertem muitos dos sintomas que apresentavam inicialmente e, na maioria deles, desaparecem as patologias crónicas associadas, como é o caso da diabetes e da hipertensão arterial!

Estas abordagens revolucionárias mudam completamente a forma como os indivíduos se relacionam com os alimentos, já que, entre muitos outros efeitos, retiram a sensação de fome. O mais fascinante nisto é que ganham outro ânimo para a vida, gostam mais de si próprios e não têm que fazer sacrifícios excessivos.

Rita Fontes Oliveira
Especialista em Medicina Geral e Familiar
Assistente na Faculdade Medicina Universidade do Porto
Médica no Centro Inovação Médica