Fiz parte do milhão e 600 mil espectadores que, em média, viam todos os domingos Marcelo no Jornal das 8 da TVI.
Fiz parte do milhão e 200 mil espectadores que, em média, viram a primeira entrevista do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, ao fim do primeiro ano de mandato.
Profissionalmente, fui opção quando o Júlio Magalhães deixou Lisboa para seguir com a sua vida no Porto e havia que encontrar um jornalista que interagisse com Marcelo.
Marcelo não era uma novidade na arte de perguntar sem entrevistar, mas era desafiante pelo seu longo percurso como comentador e pelo seu ímpar carisma televisivo. Como jornalista, interessava-me o conteúdo noticioso dos comentários. Como estudiosa pelo fenómeno dos media, a minha curiosidade focava-se na sua capacidade de comunicação política televisiva.
Foram anos de aprendizagem, de conhecimento.
Marcelo Rebelo de Sousa tem o dom de controlar o processo comunicativo. Como comentador, era ele que antecipava e definia a agenda. Como Presidente, a técnica é semelhante. Marcelo não precisa de mediação. Nos afectos, não é necessário que alguém se coloque pelo meio. É um momento de entrega. Não se produzem afectos. Existem ou não existem. São falsos ou verdadeiros. É só. E quem está deste lado percebe tudo. Percebe e sente.
Judite Sousa
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